Sunday 11 March 2018

Arco triunfal das Amoreiras

Já agora, vejamosna Rua das Amoreiras — o Arco triunfal, que celebra a entrada das águas do Aqueduto na cidade em 1748. É um monumento comemorativo imponente, no seu todo arquitectónico, de ordem dórica, digno da obra de Manuel da Maia e de Custódio Vieira.¹


O Arco das Amoreiras [o centésimo dos 109 que constituem o Aqueduto],  de perfil monumental, com elementos decorativos de ordem dórica, no qual, ao alto, se vêem duas inscrições laudatórias (uma por cada lado), em português, colocadas ali depois de 1783 para substituírem as primitivas inscrições latinas, as quais consagram a memória de D. João V, e assinalam o ano de 1748 como o do ingresso das águas na Cidade, «ven­cida a própria natureza», ao cabo de de­zanove anos de trabalhos, «com o menor possível dispêndio de cabedais públicos», dando assim o ano de 1729 como o comêço dos trabalhos, mas sendo certo que aquele ano corresponde, simplesmente, ao da apro­vação dos impostos para custear o monumento.²

Arco triunfal das Amoreiras [1908]
Rua das Amoreiras: nas inscrições do lado Norte exalta-se o Rei D. João V, que pôs a Paz na Lusitânia com valor e glória, e que «vencida a própria natureza», fêz conduzir as «águas perenes» a Lisboa no «breve espaço de 19 anos.»¹
Machado & Souza, in A.M.L.

N.B. As inscrições actuais foram ali colocadas durante o reinado de D. José substituindo as primitivas (em latim) e rezam assim: Lado Norte: « discórdias de opinião, tiveram as Águas Livres o seu ingresso triunfal na cidade» Lado Sul: «No ano de 1748, reinando o Piedoso, Feliz e Magnânimo D. João V, o Senado e o Povo Lisbonense, à custa do mesmo povo, e comum satisfação dele, introduziu na cidade as Águas Livres, desejadas pelo espaço de dois séculos, e isto por meio de um trabalho, durante vinte anos, em arrasar, desfazer e furar os outeiros nas redondezas de nove mil passos».³

Arco triunfal das Amoreiras [Inicio séc. XX]
Rua das Amoreiras: nas inscrições do lado Sul (Rato) atesta-se que os «aquedutos solidíssimos» hão de «durar eternamente»; classifica-se as águas de «salubérrimas» e diz-se que a obra foi feita com «tolerável despesa pública e sincero aplauso de todos».¹
José Artur Leitão Bárcia, in A.M.L.

Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, p. 102, 1939.
² idem, Inventário de Lisboa, Fasc. 1, 1944.
³
ALMEIDA. Afonso Duarte de, Enciclopédia histórica de Portugal, Vol. 1, p. 104, 1938.

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